Crianças escravizadas oram por missionário que as libertou no Paquistão: “Ato de gratidão”
- 03/04/2025
Um grupo de crianças que foram escravizadas no Paquistão orou por um missionário brasileiro que pagou pela sua libertação e de suas famílias.
O vídeo do momento foi compartilhado no Instagram na quarta-feira (2) por Claudinei Vicente e emocionou muitos internautas.
“Dá para acreditar que alguns desses estudantes já foram escravos? Mas graças a Jesus Cristo, hoje são livres!”, disse o missionário.
Durante um culto em uma igreja local no Paquistão, as crianças intercederam com fervor e impuseram as mãos em Claudinei, em um ato de gratidão por seu trabalho humanitário. “A maior ação de gratidão que já recebi”, comentou o missionário.
O brasileiro, que atua em 14 países, já ajudou a libertar seis famílias cristãs que foram escravizadas por donos de fábricas de tijolos, com apoio de uma igreja local.
A maioria dos trabalhadores das olarias são cristãos escravizados, incluindo crianças, pagando dívidas de empréstimos que vêm de gerações.
As famílias pobres acabam caindo na armadilha dos proprietários de olarias, que emprestam dinheiro para pagar contas médicas urgentes, o casamento de suas filhas, comida ou aluguel, em tempos difíceis.
Os juros abusivos dos empréstimos levam à dívidas impossíveis de pagar, e os membros das famílias, incluindo crianças e mulheres, se tornam escravos nas fábricas de tijolos.
Situação miserável
Os escravizados vivem uma situação miserável. Eles enfrentam o calor intenso dos fornos, chegando a usar sapatos de madeira porque a temperatura no verão derreteria as solas de borracha.
As famílias enfrentam uma longa jornada de trabalho e precisam produzir uma cota diária de 1.500 a 2.500 tijolos. Elas ganham apenas quatro dólares por cada mil tijolos feitos, segundo Claudinei.
Graças a doações, o missionário e o pastor Simon, líder de uma igreja local no Paquistão, já conseguiram resgatar várias famílias cristãs desde o ano passado. O resgate custou cerca de 1.800 dólares (cerca de 10.400 reais).
Claudinei também apoia escolas que ficam dentro das fábricas de tijolos. Elas fazem parte de um projeto da igreja do pastor Simon que leva educação para os filhos das famílias escravas, para que tenham oportunidades melhores no futuro.
